Na crise provocada pelo novo coronavírus, 1,5 milhão de trabalhadores formais foram demitidos em março e abril deste ano e passaram a ter direito ao seguro-desemprego, o correspondente a um salto de 31% em comparação com o mesmo período de 2019, quando o total de pedidos ficou pouco abaixo de 1,2 milhão.
Dados divulgados pelo Ministério da Economia mostram que as demissões se intensificaram mesmo após o programa implementado pelo governo que autoriza a redução temporária de contratos para evitar desligamentos. Segundo o ministério, foram 537 mil pedidos de seguro-desemprego em março deste ano e 748 mil em abril.
Para o presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado do Rio de Janeiro (FCDL-RJ), os números de demissões precisam ser lidos de forma mais ampla: “Atrás de cada pedido desse, existem famílias de trabalhadores afetadas, e famílias de empreedendores, principalmente as micro pequenas empresas, que estão fechando suas portas, demitindo. As medidas econômicas anunciadas preciscam ser mais efetivas, chegar à ponta, com menos burocracia, exigências diferenciadas, principalmente na oferta de crédito, com juros subsidiados”.
Há ainda um represamento estimado de 250 mil pessoas que perderam seus empregos ao longo dos dois meses e estão aptas ao auxílio, mas ainda não fizeram a solicitação. De acordo com a pasta, postos do Sine (Sistema Nacional de Emprego) —administrados pelos estados e municípios— foram fechados durante a pandemia, o que impactou as solicitações.
O seguro-desemprego é uma assistência financeira temporária paga pelo governo a trabalhadores dispensado sem justa causa. O valor do benefício varia de R$ 1.045 a R$ 1.813,03. A pessoa demitida tem quatro meses de prazo para requerer o auxílio no Sine, no portal “gov.br” ou no aplicativo de celular “Carteira de Trabalho Digital”.
De janeiro a abril de 2020, o número de pedidos de seguro-desemprego soma 2,3 milhões. O dado não considera os 250 mil benefícios represados. No mês passado, foram formalizados 748 mil requerimentos. Trabalhadores do setor de serviços representam 41,6% do total, seguido por comércio (27,7%), indústria (19,9%) e agropecuária (3,7%).
De acordo com a pasta, a maior parte dos pedidos foi feita por homens (57%). A faixa etária entre 30 e 39 anos lidera as liberações (33%). Em relação à escolaridade, 62% tem ensino médio completo.
Fonte:Assessoria com Folha de São Paulo