Dia dos Namorados: PIX surge como protagonista nos pagamentos

Pesquisa da CNDL/SPC Brasil revela que 34% dos consumidores devem utilizar o sistema na hora de pagar os presentes

Além do tradicional movimento nas lojas e sites de comércio no Dia dos Namorados, um dado chama atenção: o PIX será a principal forma de pagamento para a maioria dos consumidores que vão às compras. É o que revela pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo SPC Brasil, em parceria com a Offerwise Pesquisas.

Segundo o levantamento, 69% dos consumidores pretendem pagar os presentes à vista, e dentro desse grupo, o PIX aparece com 34% das preferências, superando o uso de dinheiro e débito em muitos casos. Já as compras parceladas somam 28%, sendo 22% no cartão de crédito — com uma média de 3,5 prestações.

Praticidade e agilidade consolidam o PIX

Criado em 2020 pelo Banco Central, o sistema de pagamentos instantâneos ganhou rapidamente a confiança dos brasileiros. No Dia dos Namorados de 2025, ele se consolida como um protagonista no comércio, impulsionado pela agilidade, ausência de taxas para o consumidor e liquidação imediata.

Segundo João Misko, diretor de Produtos de Pagamentos da Stone, para o lojista, isso representa ganho direto de eficiência: o dinheiro entra na hora, sem intermediários, e com um custo menor em relação a outros meios de pagamento. “Isso melhora o fluxo de caixa e abre espaço para criar promoções mais competitivas”, afirma. O executivo afirma que esse movimento já se reflete em números. “No primeiro trimestre de 2025, o TPV (Total Payment Volume) do segmento de MPMEs cresceu 17% na comparação anual, com o Pix QR Code apresentando crescimento de 95%. Isso comprova como o varejo está abraçando esse meio de pagamento e enxergando nele uma vantagem real, tanto operacional quanto comercial”.

Para os consumidores, o apelo também vai além da praticidade. “Como muitos lojistas já oferecem desconto para quem paga com PIX, essa vantagem pesa na decisão, especialmente em datas comemorativas em que o valor total da compra pode ser mais alto. Além disso, o PIX traz uma sensação de finalização imediata — o pagamento é feito e confirmado na hora, o que dá uma percepção de segurança e controle”, explica Misko.

Controle financeiro ainda é desafio

Apesar do crescimento de pagamentos à vista, o controle financeiro ainda preocupa. A pesquisa aponta que 31% dos consumidores pretendem comprar presentes mesmo com contas em atraso — e 71% deles estão negativados. Além disso, 28% reconhecem que costumam gastar mais do que podem na data, motivados por razões emocionais, como agradar o parceiro ou demonstrar carinho.

Nesse contexto, o varejo também pode exercer um papel educativo. “O primeiro passo é a transparência. Mostrar claramente os preços, condições e alternativas de pagamento ajuda o consumidor a tomar melhores decisões. Também é importante dar espaço para diferentes faixas de valor, com opções de presente que cabem em orçamentos variados. E, claro, aproveitar a tecnologia para tornar o processo mais leve — como o uso do PIX, que evita juros e não compromete o limite do cartão”, reforça o executivo da Stone.

Oportunidade para o varejo

Com a estimativa de movimentar R$ 22,14 bilhões no comércio e levar 93 milhões de consumidores às compras, o Dia dos Namorados é uma das datas mais importantes do primeiro semestre para o varejo. E com o PIX ganhando espaço, os lojistas que se adaptarem e oferecerem essa opção de forma clara, segura e integrada terão mais chances de converter vendas e fidelizar clientes.

“O ponto principal é a integração. O PIX precisa estar conectado ao terminal ou ao sistema de frente de caixa (PDV), fazendo parte do fluxo natural da venda. Isso torna o processo mais fluido tanto para o cliente quanto para o lojista — da finalização do pagamento até a gestão do pedido, incluindo trocas e devoluções. Quando o PIX está integrado, a conciliação também fica muito mais simples”, explica João Misko. “Do ponto de vista estratégico, o PIX abre espaço para uma diferenciação real. Por ter um custo menor, ele permite ao lojista oferecer condições mais atrativas, como descontos específicos para esse meio de pagamento — o que pode ser um diferencial importante, especialmente em datas promocionais”.

Mesmo com o avanço do pagamento instantâneo, há espaço para diferentes perfis de consumo. “O consumidor que parcela geralmente está comprando um item de valor mais alto ou está com o orçamento mais apertado — então usa o crédito como uma forma de viabilizar a compra. Já quem paga com PIX tem um comportamento mais ligado à praticidade e ao controle imediato das finanças”, compara Misko. “O papel do varejo é oferecer opções — porque o consumidor vai escolher o que faz mais sentido pra realidade dele naquele momento”.

Para o especialista, a tendência é que o PIX se consolide ainda mais nas estratégias comerciais do varejo. “Hoje, já é comum ver promoções com desconto para quem paga no PIX, justamente porque esse meio tem um custo mais baixo e liquidação imediata, o que melhora o capital de giro do lojista. À medida que o varejista percebe esse benefício, o PIX passa a ser usado de forma mais estratégica nas ações comerciais — seja para oferecer condições especiais, seja para incentivar o pagamento à vista. Ele já deixou de ser apenas uma inovação tecnológica e passou a ser parte do dia a dia do varejo”, finaliza.

Fonte: Varejo SA