Confiança de micro e pequenas empresas é a menor em 7 meses

A economia brasileira em recessão e o aprofundamento da crise política têm afetado o ambiente de negócios dos micro e pequenos varejistas e dos prestadores de serviços.

O Indicador de Confiança da Micro e Pequena Empresa calculado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) apresentou queda de 12,1% no último mês, passando de 43,15 pontos para 37,92 pontos na passagem de março para abril. É o patamar mais baixo verificado desde setembro do ano passado, quando o índice estava em 37,62 pontos.

O resultado, abaixo do nível neutro de 50 pontos, indica que a percepção desses empresários é pessimista. A escala do indicador varia de zero a 100, sendo que quanto mais próximo de 100, mais confiante está o micro e pequeno empresário consultado.

O ICMPE é composto mensalmente pelo Indicador de Condições Gerais e pelo Indicador de Expectativas a partir das opiniões dos micro e pequenos empresários residentes nas 27 capitais e no interior.

O Indicador de Condições Gerais, que avalia a percepção do micro e pequeno empresariado sobre o desempenho de suas empresas e da economia brasileira nos últimos seis meses, retraiu, passando de 25,94 pontos para 24,02 pontos na escala. Em termos percentuais, 85% dos empresários entrevistados consideram que a economia piorou nos últimos seis meses, contra apenas 5,1% que relatam ter havido melhora.

A proporção dos que notam deterioração na performance de seus negócios é um pouco menor, mas ainda assim é elevada: 64% dos entrevistados. Além disso, a queda nas vendas é uma realidade para 6 em cada 10 (64,8%) entrevistados que observam piora no desempenho dos seus negócios

Expectativas
A percepção dos micro e pequenos empresários de como serão os próximos seis meses para a economia e para os seus negócios também foi analisada e apresentou um patamar modesto. Em abril, o Indicador de Expectativas caiu para 48,36 pontos frente aos 56,06 pontos verificados no mês de março.

Como o indicador ficou abaixo do nível neutro de 50 pontos, significa que a maior parte dos empresários está pessimista com o ambiente de negócios no curto prazo.

Os dois componentes que estruturam esse indicador apresentaram queda no último mês. A abertura focada nas expectativas para os negócios caiu de 62,19 para 55,12 pontos. Já as expectativas para a economia do país passaram de 49,92 pontos para 41,59. Em termos percentuais, somente 28,3% dos micro e pequenos empresários estão confiantes com o desempenho da economia, ao passo que 49,5% estão pessimistas.

Em se tratando exclusivamente do desempenho de seus negócios, 45,5% dos entrevistados disseram estar confiantes para os próximos seis meses, enquanto 28,1% demonstram pessimismo com o futuro das suas empresas. Entre os que manifestam pessimismo, o que mais pesa é a convicção de que a economia não irá se recuperar, mencionada por 60% da amostra, seguido pelos que disseram não ter mais recursos para investir no negócio (10,2%).

Considerando as expectativas sobre o faturamento da empresa nos próximos seis meses, 66,5% dos micro e pequenos empresários não têm perspectivas de que suas receitas cresçam.