Na linha de medidas emergenciais para fortalecimento da economia nesse momento de pandemia, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) lançou chamada pública para seleção de dez fundos de crédito para micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) e empreendedores individuais. Esses fundos serão selecionados até o dia 30 de junho próximo. O BNDES pretende aportar até R$ 4 bilhões nesses fundos de crédito para as MPMEs, por meio de sua subsidiária de participações acionárias, a BNDESPAR.
O objetivo é proporcionar financiamento a empresas com pouco ou nenhum acesso a crédito bancário, além de aumentar a oferta de canais de financiamento e incentivar a concorrência entre agentes. O BNDES estima alcançar até 100 mil empresas com esta iniciativa.
Para o presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado do Rio de Janeiro (FCDL-RJ), Marcelo Mérida, este é o momento do governo consolidar as linhas de crédito de socorro as micro e pequenas empresas, no processo de enfrentamento da pandemia. “Entre o anúncio do crédito e a liberação dele na ponta, há um hiato muito longo para as dificuldades que estão sendo enfrentadas, principalmente pelos micro e pequenos empresários do setor do comércio”, enfatiza Marcelo Mérida.
O diretor de Participações, Mercado de Capitais e Crédito Indireto do BNDES, Bruno Laskowsky, destacou, em entrevista coletiva pela internet, que essa modalidade de crédito é também estruturante, porque amplia as possibilidades de acesso de crédito para esse segmento econômico e permanecerá após o momento emergencial que o país está vivendo. Além disso, começa a criar as bases para ter um acesso ao crédito mais diversificado e com outros canais que possam trazer a liquidez para o mercado no momento atual e mais à frente.
Canais não tradicionais
A ideia do banco ao lançar esses fundos de crédito é ampliar o acesso ao crédito para os pequenos empresários e empreendedores. “A gente vai utilizar canais hoje não tradicionais no BNDES, estamos falando de ‘fintechs’ (empresas de tecnologia), de grandes operadores de “adquirência”, aqueles que colocam as maquininhas nos pontos de venda. Então, a gente amplia o acesso ao crédito, amplia a possibilidade de acessibilidade desse crédito e adiciona a todos os outros mecanismos bancários que nós temos esse crédito na ponta”. A importância desses novos fundos é fazer chegar a liquidez àqueles que mais precisam. A iniciativa vem ao encontro da preocupação do BNDES com o social, salientou o diretor.
O BNDES deseja que as taxas cobradas sejam mais competitivas e os prazos de pagamento mais longos. A partir da seleção dos parceiros, será iniciada a parte de estruturação dos fundos, no mês de junho. A expectativa é estar com essas operações na rua entre o final de junho e o início de julho.
Os fundos terão duas formas de atuação: uma por meio de grandes empresas que podem ser originadores de crédito na sua base de clientes (empresas de maquininhas, de intermediação e de gestão) e através de participação das fintechs.
O BNDES reiterou que nessa primeira rodada, vai colocar até R$ 4 bilhões, com o BNDESPAR podendo investir até R$ 500 milhões por fundo, limitado a uma participação máxima de 80%, caso subscreva cotas de classe única; ou 90%, caso subscreva cotas de classe sênior.
Fonte: Assessoria com Agência Brasil