Os negócios podem tirar vantagens dos desejos e necessidades naturais do cérebro humano para melhorar a sua lucratividade; com as estratégias da Economia da Dopamina, as empresas geram experiências marcantes no consumidor
As pessoas estão em constante busca por prazer e recompensas, sensações conquistadas através de experiências estimulantes, que liberam no cérebro a dopamina, um neurotransmissor ligado à motivação. O neuromarketing aproveita esta necessidade humana para transformar as vendas em experiências marcantes e positivas, contribuindo com a produção do neurotransmissor e, consequentemente, para que o consumidor crie um vínculo afetivo e emocional com a marca. É a chamada Economia da Dopamina, que ajuda os negócios a conquistar e fidelizar os clientes sem que se sintam em uma transação comercial.
“O neuromarketing é um campo que estuda o comportamento do consumidor a partir de lógicas de consumo. Tenta entender desejos e motivações que levam os indivíduos a optar por um produto ou serviço”, explica o consultor de negócios Marcos Fábio Ferreira, que é mestre em Administração, autor do livro ‘Olhar Empreendedor’ e professor de cursos de pós-graduação na PUC Minas (Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais), no Centro Universitário Una e da FGV (Fundação Getúlio Vargas).
“Já na Economia da Dopamina, o negócio vai buscar gerar mais dopamina no seu cliente, ou seja, é aquilo que a sua empresa faz para gerar mais bem-estar neste consumidor”, aponta o especialista, que acrescenta: “Aquelas empresas que estão conseguindo resolver o problema do cliente e ainda trazendo algum sentimento de felicidade, prazer e bem-estar (para ele), tem mais chances de conquistar a preferência deste consumidor”
As estratégias da Economia da Dopamina têm sido muito usadas para promover uma experiência positiva e qualitativa para o cliente dentro dos negócios, seja físico, seja virtual. Uma medida simples, que pode gerar uma experiência boa, é ter um estacionamento rotativo ou até um time de manobristas, para facilitar a vida do seu cliente na hora de chegar e sair do empreendimento.
“Antes de pensar nas experiências positivas, pergunte-se quais são as negativas que o cliente está tendo com a sua loja”, ensina Marcos Fábio. “Não adianta oferecer café, água e bala, mas gerar atritos para o cliente porque não está resolvendo o seu problema. É preciso (mapear) e eliminar os atritos, as experiências negativas. E você sabe que gerou um boa experiência quando o cliente tira o cartão do bolso e privilegia aquela empresa”, diz.
Segundo o consultor, atritos gerados pelos negócios podem ser, por exemplo, filas longas em supermercados; em lojas de roupas, quantidade de provadores insuficiente; ou até o comprador não conseguir tocar ou experimentar o produto antes de adquirir. Lojas pouco ventiladas, no caso do Brasil, barulhentas, com iluminação ruim e poucos meios de pagamentos podem afastar a clientela, ao invés de atrair. “Melhore primeiro os atritos, e estará aperfeiçoando a experiência de consuma da sua loja”, destaca Ferreira.
Fonte: Varejo SA