A pandemia do Covid-19 impactou o varejo no Brasil e no mundo, e os principais líderes internacionais do setor se reuniram na Reunião Anual da FIRA, a Federação de Associações Internacionais de Varejo, para debater cenários e alternativas para a superação da crise, com a participação do presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), José César da Costa.
A FIRA é um evento global, que congrega líderes e presidentes de entidades do setor de mais de 40 associações, de 24 países, dos seis continentes, e em 2021 o encontro, realizado semana passada, focou no compartilhamento das lições aprendidas pelas nações durante a pandemia da Covid-19 e a troca de experiências internacionais.
“É fundamental ouvir as expectativas do varejo mundial, sobretudo nesse momento de tantos desafios. A reunião da FIRA é uma grande oportunidade de trocar experiências com líderes de diversos países e de pensarmos juntos soluções para o setor, que tem sido tão impactado em todo o mundo”, destaca o presidente da CNDL.
A reunião contou com a participação do presidente da FIRA, Jacques Creyssel; do presidente da National Retail Federation (NRF), Matt Shay; e do presidente do Alibaba Group, Michael Evans. Pelo Brasil, Marcos Gouvea de Souza e Fabiola Xavier, ambos do Instituto para o Desenvolvimento do Varejo (IDV), compartilharam suas experiências sobre o varejo de alimentos.
Michael Evans, do Alibaba Group, falou que a pandemia forçou muitos negócios, sobretudo os de pequeno porte, a irem para o ecommerce, abrindo um universo de oportunidades. “A digitalização dos negócios veio para reduzir ineficiência e custos e, usando as ferramentas de tecnologias, flexibilizar a atuação das empresas, se engajando mais com os consumidores e compreendendo melhor o que eles realmente querem. E nós somos um marketplace e não um varejista, então, queremos que as marcas e pequenos negócios se engajem diretamente com o consumidor”, ressaltou Evans.
Atacarejo e ecommerce se fortalecem no Brasil
Segundo dados IDV, apresentados por Marcos Gouvea, em 2020, o comércio eletronico brasileiro teve um crescimento de quase de 74%; lojas de materiais de construção, de 10,8%; eletrônicos e móveis, 10,6%; os mercadinhos e mercearias, 4,8%; e farmácias, 8,3%. Gouvea destacou que o atacarejo e o ecommerce se fortaleceram com a pandemia.
“Levantamentos mostram que 40% do orçamento das famílias brasileiras são direcionado para a compra de alimentos e materiais de limpenza (food and grocery). E o líder deste setor no Brasil é o atacarejo, que cresceram mais de 20% no último ano. Foi o segmento com melhor perfomance em 2020, e segue assim este ano”, contou Marcos Gouvea.
Gouvea ainda falou sobre como os líderes brasileiros do varejo, como Magalu, Via Varejo e B2W – Americanas, estão usando seus marketplace para reiventar seu modelo de negócio, ao abrir suas plataformas de comécio virtual para as pequenas e médias empresas fazerem negócios a partir delas. “Estas companhias estão se movendo rapidamente para se tornar mais relevantes no mercado. Estão redesenhando a estrutura inteira e reconfigurando a divisão do mercado (market share). O ecossistema de negócios brasileiro está cada vez mais diferente de outras partes do mundo, justamente porque os varejistas tradicionais estão liderando estas transformações”, afirmou.