O Estado do Rio de Janeiro foi uma das três unidades da Federação mais prejudicadas com os impactos negativos da pandemia do Covid-19, atrás apenas de São Paulo e Minas Gerais, registrando a perda de 11,4 mil lojas entre abril e junho deste ano, segundo levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens Serviços e Turismo (CNC). A pesquisa da CNC mostra que a Covid-19 gerou o fechamento de 135,2 mil lojas em todo país.
O saldo negativo no segundo trimestre equivale a 10% do número de estabelecimentos comerciais verificado antes da pandemia e supera a perda anual registrada em 2016 (-105,3 mil). A previsão da CNC é que o setor chegue ao fim de 2020 com menos 88,7 mil estabelecimentos, em comparação a 2019, totalizando 1,252 milhão de lojas em todo o País.
O presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado do Rio de Janeiro (FCDL-RJ), Marcelo Mérida, cita que este e outros levantamentos demonstram a necessidade de realinhamento dos governos com os setores produtivos para preservar empresas e empregos. “As perdas foram correspondentes às severas medidas de enfrentamento da pandemia, principalmente nos segmentos mais prejudicados pelas restrições de consumo presencial”, aponta, destacando a necessidade de uma política permamente de crédito subsidiado para a reconstrução do varejo.
O economista da CNC responsável pela análise, Fabio Bentes, lembrou que d acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), no segundo trimestre de 2020 foram eliminados quase 500 mil empregos formais.
Embora nenhum ramo do varejo tenha registrado expansão do número de pontos de venda entre abril e junho, os segmentos mais atingidos pela crise se caracterizam pela predominância na comercialização de itens considerados não essenciais, como: lojas de utilidades domésticas (-35,3 mil estabelecimentos ou -12,9% do total de lojas antes da pandemia); vestuário, tecidos, calçados e acessórios (-34,5 mil lojas ou -17,0%); e comércio automotivo (-20,5 mil ou -9,9%). O varejo de produtos de informática e comunicação foi o segmento que apresentou as menores perdas absolutas (-1,2 mil) e relativas (-3,6%) no número de estabelecimentos em operação.
Varejo essencial teve menos fechamentos de pontos de venda
Já na maior parte dos ramos do chamado varejo essencial, menos afetados diretamente pelo isolamento social, as perdas de pontos de venda se deram de forma menos intensa do que a média do setor (-9,9%). Foram os casos dos hiper, super e minimercados (-4,9% ou -12,0 mil lojas) e das farmácias, perfumarias e lojas de cosméticos (-4,3% ou -5,3 mil). Mesmo autorizado a funcionar na maior parte do País, o segmento de combustíveis e lubrificantes foi indiretamente prejudicado pela queda na circulação de consumidores (-12,2% ou -5,4 mil pontos).
São Paulo, Minas e Rio perdem mais lojas
Regionalmente, todas as unidades da Federação registraram redução do número de pontos de venda, com maior incidência em São Paulo (-40,4 mil), Minas Gerais (-16,1 mil), Rio de Janeiro (-11,4 mil), Rio Grande do Sul (-9,7 mil) e Paraná (9,5 mil). Contudo, em termos relativos, as maiores quedas na quantidade de estabelecimentos foram observadas em Estados das regiões Norte e Nordeste: Rio Grande do Norte (-14,3%); Alagoas (-13,2%); Roraima (-12,0%); e Rondônia (-11,8%).
Fonte: Assessoria com CNC