Economistas diminuem, pela 5ª semana consecutiva, expectativa para inflação em 2020

Os economistas do mercado financeiro reduziram a estimativa de inflação para este ano e também passaram a prever um crescimento menor da economia brasileira.

As projeções fazem parte do boletim de mercado, conhecido como relatório Focus, divulgado nesta segunda-feira, 3, pelo Banco Central (BC). Os dados constam de um levantamento feito na semana passada com mais de 100 instituições financeiras.

De acordo com o boletim, os analistas reduziram a estimativa de inflação para 2020 de 3,47% para 3,40%. Foi a quinta queda consecutiva do indicador.

A expectativa de inflação do mercado para este ano segue abaixo da meta central, de 4%. O intervalo de tolerância do sistema de metas varia de 2,5% a 5,5%.

A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia, Selic.

No ano passado, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do Brasil, fechou em 4,31%, acima do centro da meta para o ano, que era de 4,25%, mas dentro do intervalo de tolerância. Foi a maior inflação anual desde 2016.

Para 2021, o mercado financeiro manteve a estimativa de inflação em 3,75%. No ano que vem, a meta central de inflação é de 3,75% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar de 2,25% a 5,25%.

Produto Interno Bruto

O mercado financeiro também baixou a previsão de crescimento para a economia brasileira em 2020 de 2,31% para 2,30%. Para o próximo ano, a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) permaneceu em 2,50%.

O PIB é a soma de todos os bens e serviços feitos no país, independentemente da nacionalidade de quem os produz, e serve para medir o comportamento da economia brasileira.

Juros básicos

Os economistas mantiveram suas projeções para a Selic no fim de 2020 em 4,25% ao ano. Há um mês, estava em 4,50% ao ano.

Já a projeção para a Selic no fim de 2021 foi de 6,25% para 6,00% ao ano, ante 6,50% de quatro semanas atrás. No caso de 2022, a projeção seguiu em 6,50%, igual há um mês antes.

Em dezembro, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC cortou a Selic em 0,50 ponto porcentual, de 5,00% para 4,50% ao ano. Foi o quarto corte consecutivo da taxa básica. No comunicado sobre a decisão, o BC não se comprometeu com novos cortes no início de 2020. “O Copom entende que o atual estágio do ciclo econômico recomenda cautela na condução da política monetária”, registrou o BC no comunicado da decisão.

Fonte: Estado de São Paulo